O Senhor Basil é um gato preto, esbelto, de pêlo brilhante, com a profícua idade de dezanove anos. Na altura em que o conheci estaria abandonado e permaneceu durante algumas horas sem se mexer, debaixo da janela da minha cozinha. Saí de casa para ir trabalhar e reparei nele. Pensei comigo " se, quando chegar, ainda cá estiver, vou pegar nele". E assim foi, regressei, o gatinho não se tinha movido e fui buscá-lo.
Entrei em casa com ele para, de imediato, o levar à clínica da médica veterinária dos meus animais. Lá fomos nós, o meu marido e eu, ele a resmungar e eu a justificar-me por arranjar mais um animal, uma vez que já tinha gatos e uma cadela. Chegados ao consultório, o gato mostrou-se cordial e, espanto da veterinária "arranjou um gato castanho! Olhe que isto é uma raridade! É lindo...! Fizeram-se os exames habituais e foi dada ordem de quarentena para prevenir a eventualidade de se vir a revelar uma doença que pudesse contagiar os outros patudinhos. O castanhito ficou de quarentena numa das casas de banho a que só eu tinha acesso, para levar a comida, limpar o sanitário e fazer-lhe festas, tendo sempre o cuidado de lavar bem as mãos antes de mexer nos outros. Ainda com o entretanto batizado Basil de quarentena, fui com outro bicho à veterinária, numa consulta de rotina. Queixei-me de um modo justificativo, que tinha umas bolhinhas nas pernas que me faziam sentir muita comichão. A médica olhou para elas e deu o veredito fatal "está com Tinha! Essas bolinhas são de Tinha... Não lhes mexa e vá a um médico dermatologista!" Bem, mexer já eu tinha mexido, e bastante... Percebemos então que o gato Basil não tinha sintomas da doença, mas era portador dela, pelo que me contagiou e eu contagiei os restantes animais da casa. Não se pode imaginar o que foi tratar de cinco bichos infetados com pomadas e outros medicamentos, lavá-los frequentemente com betadine vermelho e mudar todos os dias os ninhos. Enquanto isso, fui ao médico e tive de ser medicada e também ter o cuidado de mudar todos osdias pijamas e lençóis. Para o drama ser maior, era época de inverno. Como se pode imaginar, tornou-se uma casa em pandemónio... O meu marido nem falava! Tratava dos bichos com as pomadas e medicamentos após o banho que eu lhes dava com o tal betadine. Entramos todos de quarentena, não podendo receber visitas e tendo muito cuidado quando estávamos fora de casa para não contagiarmos outras pessoas. Todos? Não! O meu marido nunca chegou a ficar infetado, Desconhece-se a razão, mas foi assim. Percebemos, após algumas lavagens e depois de algumas refeições revigorantes, que o castanho do Basil era devido à sua desnutrição. Ficou, pois, um gato preto, ainda que sempre elegante.
O Basil vive connosco há dezanove anos. Assistiu à vinda e partida do seu melhor amigo: o cão Mister Bones. Viu partir a Faneca e a Soneca. Assistiu à vinda e partida da Romy, da Lisa, do Charlie... São colegas dele, neste momento, a Catalina, a June, a Bli e o Zluty. São colegas, não amigos. O Basil só gasta de mim. Está onde eu estiver. É a minha sombra. Hoje, com esta idade, tem problemas de tiróide e outros, ligados à velhice. Mas persiste em viver. Talvez para não me deixar...
Entrei em casa com ele para, de imediato, o levar à clínica da médica veterinária dos meus animais. Lá fomos nós, o meu marido e eu, ele a resmungar e eu a justificar-me por arranjar mais um animal, uma vez que já tinha gatos e uma cadela. Chegados ao consultório, o gato mostrou-se cordial e, espanto da veterinária "arranjou um gato castanho! Olhe que isto é uma raridade! É lindo...! Fizeram-se os exames habituais e foi dada ordem de quarentena para prevenir a eventualidade de se vir a revelar uma doença que pudesse contagiar os outros patudinhos. O castanhito ficou de quarentena numa das casas de banho a que só eu tinha acesso, para levar a comida, limpar o sanitário e fazer-lhe festas, tendo sempre o cuidado de lavar bem as mãos antes de mexer nos outros. Ainda com o entretanto batizado Basil de quarentena, fui com outro bicho à veterinária, numa consulta de rotina. Queixei-me de um modo justificativo, que tinha umas bolhinhas nas pernas que me faziam sentir muita comichão. A médica olhou para elas e deu o veredito fatal "está com Tinha! Essas bolinhas são de Tinha... Não lhes mexa e vá a um médico dermatologista!" Bem, mexer já eu tinha mexido, e bastante... Percebemos então que o gato Basil não tinha sintomas da doença, mas era portador dela, pelo que me contagiou e eu contagiei os restantes animais da casa. Não se pode imaginar o que foi tratar de cinco bichos infetados com pomadas e outros medicamentos, lavá-los frequentemente com betadine vermelho e mudar todos os dias os ninhos. Enquanto isso, fui ao médico e tive de ser medicada e também ter o cuidado de mudar todos osdias pijamas e lençóis. Para o drama ser maior, era época de inverno. Como se pode imaginar, tornou-se uma casa em pandemónio... O meu marido nem falava! Tratava dos bichos com as pomadas e medicamentos após o banho que eu lhes dava com o tal betadine. Entramos todos de quarentena, não podendo receber visitas e tendo muito cuidado quando estávamos fora de casa para não contagiarmos outras pessoas. Todos? Não! O meu marido nunca chegou a ficar infetado, Desconhece-se a razão, mas foi assim. Percebemos, após algumas lavagens e depois de algumas refeições revigorantes, que o castanho do Basil era devido à sua desnutrição. Ficou, pois, um gato preto, ainda que sempre elegante.
O Basil vive connosco há dezanove anos. Assistiu à vinda e partida do seu melhor amigo: o cão Mister Bones. Viu partir a Faneca e a Soneca. Assistiu à vinda e partida da Romy, da Lisa, do Charlie... São colegas dele, neste momento, a Catalina, a June, a Bli e o Zluty. São colegas, não amigos. O Basil só gasta de mim. Está onde eu estiver. É a minha sombra. Hoje, com esta idade, tem problemas de tiróide e outros, ligados à velhice. Mas persiste em viver. Talvez para não me deixar...
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