À época não existiam revistas com esquemas de crochet. Estamos a falar dos anos 30/40. A maneira usual de ter uma amostra era copiá-la numa linha de sobra e, quando fosse preciso, replicá-la para o efeito pretendido. A minha mãe possuía uma quantidade enorme de amostras e amostrinhas, nos mais variados tipos de linha, dentro de uma caixa. Quando as herdei, guardei-as com carinho. Muitos anos mais tarde, na montagem da nossa casa de fins-de-semana, usei-as na decoração do tampo de um móvel que não estava muito bonito (e noutras coisas mais). Preservei o arranjo com um vidro à medida e, devo dizer, ficou muito original.
domingo, 31 de maio de 2020
sexta-feira, 29 de maio de 2020
Instalação de Carimbos
Era uma vez uma escola no meio do nada.
Era uma vez uma professora cheia de vontade de construir coisas.
Era uma vez um monte de carimbos abandonados.
Era uma vez uma instalação criada pela professora da escola no meio do nada.
terça-feira, 26 de maio de 2020
Olho o Céu
Lá longe, lá ao fundo, vejo o céu
Azul, cristalino, brilhante,
Polvilhado de nuvens passantes,
Sublinhado por rastos de aviões.
Lá ao longe vejo o céu.
Olho, e consigo vislumbrar,
Desarmado de intenções,
Abraços, emoções, paixões,
O céu!
E lá longe, muito mais longe,
Esfumado, vejo a mim!
Azul, cristalino, brilhante,
Polvilhado de nuvens passantes,
Sublinhado por rastos de aviões.
Lá ao longe vejo o céu.
Olho, e consigo vislumbrar,
Desarmado de intenções,
Abraços, emoções, paixões,
O céu!
E lá longe, muito mais longe,
Esfumado, vejo a mim!
sexta-feira, 22 de maio de 2020
Uma Flor para Ti
Uma flor para ti
que me estás a ler.
Lês o que escrevo,
não conheces o que sou.
Uma flor que te ofereço
porque me estás a ouvir,
mas não conheces o que sou.
Uma flor simples, simples como eu.
Só uma flor, só, como eu...
quinta-feira, 7 de maio de 2020
Despedida
Adormeceu hoje, pelas dezanove horas, o nosso gato Basil.
Faz parte das nossas vidas há dezanove anos.
Despediu-se da família, mas fará parte dos nossos corações para sempre.
Adeus, Basil.
segunda-feira, 4 de maio de 2020
Que bom é estar!
Sair para a rua
Colher o ar no rosto
Andar daqui para ali
Saborear a liberdade
Celebrar o fim da clausura
Ser atenta
Saber que o perigo não acabou
Sentir a vida à nossa volta
Que bom é estar...
Colher o ar no rosto
Andar daqui para ali
Saborear a liberdade
Celebrar o fim da clausura
Ser atenta
Saber que o perigo não acabou
Sentir a vida à nossa volta
Que bom é estar...
domingo, 3 de maio de 2020
O Senhor Basil
O Senhor Basil é um gato preto, esbelto, de pêlo brilhante, com a profícua idade de dezanove anos. Na altura em que o conheci estaria abandonado e permaneceu durante algumas horas sem se mexer, debaixo da janela da minha cozinha. Saí de casa para ir trabalhar e reparei nele. Pensei comigo " se, quando chegar, ainda cá estiver, vou pegar nele". E assim foi, regressei, o gatinho não se tinha movido e fui buscá-lo.
Entrei em casa com ele para, de imediato, o levar à clínica da médica veterinária dos meus animais. Lá fomos nós, o meu marido e eu, ele a resmungar e eu a justificar-me por arranjar mais um animal, uma vez que já tinha gatos e uma cadela. Chegados ao consultório, o gato mostrou-se cordial e, espanto da veterinária "arranjou um gato castanho! Olhe que isto é uma raridade! É lindo...! Fizeram-se os exames habituais e foi dada ordem de quarentena para prevenir a eventualidade de se vir a revelar uma doença que pudesse contagiar os outros patudinhos. O castanhito ficou de quarentena numa das casas de banho a que só eu tinha acesso, para levar a comida, limpar o sanitário e fazer-lhe festas, tendo sempre o cuidado de lavar bem as mãos antes de mexer nos outros. Ainda com o entretanto batizado Basil de quarentena, fui com outro bicho à veterinária, numa consulta de rotina. Queixei-me de um modo justificativo, que tinha umas bolhinhas nas pernas que me faziam sentir muita comichão. A médica olhou para elas e deu o veredito fatal "está com Tinha! Essas bolinhas são de Tinha... Não lhes mexa e vá a um médico dermatologista!" Bem, mexer já eu tinha mexido, e bastante... Percebemos então que o gato Basil não tinha sintomas da doença, mas era portador dela, pelo que me contagiou e eu contagiei os restantes animais da casa. Não se pode imaginar o que foi tratar de cinco bichos infetados com pomadas e outros medicamentos, lavá-los frequentemente com betadine vermelho e mudar todos os dias os ninhos. Enquanto isso, fui ao médico e tive de ser medicada e também ter o cuidado de mudar todos osdias pijamas e lençóis. Para o drama ser maior, era época de inverno. Como se pode imaginar, tornou-se uma casa em pandemónio... O meu marido nem falava! Tratava dos bichos com as pomadas e medicamentos após o banho que eu lhes dava com o tal betadine. Entramos todos de quarentena, não podendo receber visitas e tendo muito cuidado quando estávamos fora de casa para não contagiarmos outras pessoas. Todos? Não! O meu marido nunca chegou a ficar infetado, Desconhece-se a razão, mas foi assim. Percebemos, após algumas lavagens e depois de algumas refeições revigorantes, que o castanho do Basil era devido à sua desnutrição. Ficou, pois, um gato preto, ainda que sempre elegante.
O Basil vive connosco há dezanove anos. Assistiu à vinda e partida do seu melhor amigo: o cão Mister Bones. Viu partir a Faneca e a Soneca. Assistiu à vinda e partida da Romy, da Lisa, do Charlie... São colegas dele, neste momento, a Catalina, a June, a Bli e o Zluty. São colegas, não amigos. O Basil só gasta de mim. Está onde eu estiver. É a minha sombra. Hoje, com esta idade, tem problemas de tiróide e outros, ligados à velhice. Mas persiste em viver. Talvez para não me deixar...
Entrei em casa com ele para, de imediato, o levar à clínica da médica veterinária dos meus animais. Lá fomos nós, o meu marido e eu, ele a resmungar e eu a justificar-me por arranjar mais um animal, uma vez que já tinha gatos e uma cadela. Chegados ao consultório, o gato mostrou-se cordial e, espanto da veterinária "arranjou um gato castanho! Olhe que isto é uma raridade! É lindo...! Fizeram-se os exames habituais e foi dada ordem de quarentena para prevenir a eventualidade de se vir a revelar uma doença que pudesse contagiar os outros patudinhos. O castanhito ficou de quarentena numa das casas de banho a que só eu tinha acesso, para levar a comida, limpar o sanitário e fazer-lhe festas, tendo sempre o cuidado de lavar bem as mãos antes de mexer nos outros. Ainda com o entretanto batizado Basil de quarentena, fui com outro bicho à veterinária, numa consulta de rotina. Queixei-me de um modo justificativo, que tinha umas bolhinhas nas pernas que me faziam sentir muita comichão. A médica olhou para elas e deu o veredito fatal "está com Tinha! Essas bolinhas são de Tinha... Não lhes mexa e vá a um médico dermatologista!" Bem, mexer já eu tinha mexido, e bastante... Percebemos então que o gato Basil não tinha sintomas da doença, mas era portador dela, pelo que me contagiou e eu contagiei os restantes animais da casa. Não se pode imaginar o que foi tratar de cinco bichos infetados com pomadas e outros medicamentos, lavá-los frequentemente com betadine vermelho e mudar todos os dias os ninhos. Enquanto isso, fui ao médico e tive de ser medicada e também ter o cuidado de mudar todos osdias pijamas e lençóis. Para o drama ser maior, era época de inverno. Como se pode imaginar, tornou-se uma casa em pandemónio... O meu marido nem falava! Tratava dos bichos com as pomadas e medicamentos após o banho que eu lhes dava com o tal betadine. Entramos todos de quarentena, não podendo receber visitas e tendo muito cuidado quando estávamos fora de casa para não contagiarmos outras pessoas. Todos? Não! O meu marido nunca chegou a ficar infetado, Desconhece-se a razão, mas foi assim. Percebemos, após algumas lavagens e depois de algumas refeições revigorantes, que o castanho do Basil era devido à sua desnutrição. Ficou, pois, um gato preto, ainda que sempre elegante.
O Basil vive connosco há dezanove anos. Assistiu à vinda e partida do seu melhor amigo: o cão Mister Bones. Viu partir a Faneca e a Soneca. Assistiu à vinda e partida da Romy, da Lisa, do Charlie... São colegas dele, neste momento, a Catalina, a June, a Bli e o Zluty. São colegas, não amigos. O Basil só gasta de mim. Está onde eu estiver. É a minha sombra. Hoje, com esta idade, tem problemas de tiróide e outros, ligados à velhice. Mas persiste em viver. Talvez para não me deixar...
sábado, 2 de maio de 2020
Ri
Ri, porque rir traz alegria
Ri, para disfarçar o que sentes
Ri, assim ninguém desconfia
Que tu choras e mentes
sexta-feira, 1 de maio de 2020
O Nosso Alpendre
Do nosso alpendre, em terras de Cantelães,
vê-se ao longe Vieira do Minho, protegida pelas serras que a envolvem.
É aqui que, no bom tempo, almoçamos e jantamos ou, simplesmente, estamos.
É uma paz inigualável e um bem estar retemperador.
É sentir que vale a pena viver!
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