sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

E agora, Cristina?

 Era uma vez uma caixa de memórias que, sempre que se lhe tocava, dizia alguma coisa.

Toquei uma vez e ela disse-me: então não sabes o que escrever e dizer no Blogartes, não é? Tens medo?

Medo, eu? Não!

Toquei outra vez e ela falou assim: vá, desembucha, fizeste tantas coisas ao logo da tua vida, que algumas podem ser partilhadas…

Fiz sim, muitas coisas… Nas escolas por onde passei, nos trabalhos que realizei, nos hobbies …

Mais uma vez bati na caixa. E ela disse: já te esqueceste que querias ser fotógrafa? Até fizeste exposições, ganhaste prémios, vendeste fotografias…

Pois foi!...

Encostei-me a ela que sussurrou: tens tantas coisas feitas por ti…. És prendada…

Oh! Isso agora!

Cocei o cabelo e ela disse-me: podes falar do teu móvel expositor, das tuas fotografias prediletas…

Pois posso! E quero? E agora, Cristina?

Agora, não tenho alternativa, por isso, aí vai:

Nasci no seio de uma família da classe média. Fui a mais nova dos filhos, mesmo muito mais nova. Cedo me habituei a usar todos os instrumentos que eles utilizavam. Construía móveis (com a ajuda do meu pai), pintava paredes, fazia arranjos….

Fazia fotografia também: tinha uma máquina (e ainda tenho) que usava nas saídas de família.

Fui formatando o meu trilho de vida. Não foi fácil: ninguém queria que fosse para Belas Artes. Queriam-me médica. Médica?? Nem pensar. E tive muito trabalho para conseguir o que realmente queria seguir.

Consegui, e hoje tenho um punhado de habilitações que me ajudam a concretizar o que gosto de fazer.

Uma delas é ensinar. Tenho um gosto particular por dar aos alunos ferramentas que os ajudem a mostrar todas as suas valias.

Gosto de ler.

Gosto de visitar museus.

Gosto de viajar.

Gosto de fazer fotografia.

Gosto de remodelar móveis.

Gosto de colecionar coisas: caixas, miniaturas, velharias, máquinas fotográficas, apitos…

Gosto da minha casa.

Gosto de estar em Quintães.

Gosto de ser amiga.

Gosto dos meus amigos.

Gosto da minha família.

Gosto dos meus animais.

Mas gosto de mim?

A caixinha não responde. E eu também não…

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Natal de 2021


 

Um Obrigada não chega

Um Obrigada não chega; a palavra não carrega semas suficientes que mostrem o quanto me ligaste a ti nestes dias e muito menos do quanto me agarrei eu.
Um Abraço ou muitos que sejam simbolizam só que nos queremos bem.
Quero um Sentimento ou um Estar mais forte  indestrutível para definir o que me liga a ti. Ser irmã é o mais próximo...
Vou descobri-lo ou inventá-lo.
Tenho que to dizer.

L.F.

Feliz Natal...

Pegue-se num pedaço de humor
Estenda-se bem com um rolo de simpatia
Recheie-se com felicidade, amor e amizade
Tempere-se com pontinhos de alegria
Enrole-se a massa em forma de bondade
Coloque-se o conjunto numa base de saúde
Polvilhe-se com pedacinhos de doçura
Leve-se ao coração durante a vida....

Sejam felizes!
Cristina Magalhães